terça-feira, 28 de abril de 2009

Chá versus café

Originário da Abissínia – hoje Etiópia – o café passou para o Iemen e de lá para a península arábica e para o resto do mundo. Mas foi somente a partir do século XIX que o café passou a se tornar popular em todas as classes, a partir do excesso de produção, movida a escravos, no Brasil – a partir daí o café se tornaria nossa principal exportação, deslocando definitivamento o eixo comercial brasileiro para o Sul-Sudeste.
Até então o café era consumido de maneira restrita e o chá era considerado a bebida nobre. Essa disputa chá versus café se desenrolou durante o século XVII quando o café era considerado bebida revolucionária e uma ameaça a civilização. O rei sueco Gustavo II, por exemplo, considerava o café tão perigoso que imaginou um experimento para mostrar as consequências do uso do mesmo: um prisioneiro condenado à morte seria forçado a beber café diariamente até morrer, enquanto outro condenado beberia chá (pelas ironias do destino, os médicos responsáveis pelo ‘estudo’ morreram primeiro, seguidos pelo assassinato do rei; quanto aos prisioneiros, o primeiro a falecer foi o bebedor de chá – aos 83 anos). Na Inglaterra, em 1676, o rei Charles II tentou proibir as casas que serviam café mas não teve sucesso. Na França os cafés se tornariam locais de reunião dos intelectuais, o Café de la Regence por exemplo, contava entre seus fregueses Robespierre, Victor Hugo, Voltaire, Napoleão e Rousseau. Assim se criava um local de reunião e discussão sem a presença do alcóol e seus efeitos ‘moderadores’. Os cafés inspiravam revoluções. A própria independência dos EUA começou com a revolta do chá, e a preferência a partir de então do café, bebida subversiva. Nesse sentido o uso contínuo de café também teria ajudado a revolução industrial, permitindo longas jornadas e aumento da produção.

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